domingo, 11 de maio de 2014

Quem seria Logun Edé? Como eu o sinto, percebo e entendo? Divindade MASCULINA, o grande Feiticeiro de Ede, filho e mensageiro de Oxum, ligado a Ìyámi; cultuado para trazer força, sabedoria e dinheiro. Oferece aos seus iniciados e devotos o poder do “encantamento”. Existem templos para Logun Edé em Ilesa (Oxum - Nigéria), seu lugar de origem. Em alguns itans é citado como um corajoso e poderoso caçador, de tamanha coragem, que é relacionado a um leopardo. De culto diferenciado e totalmente ligado ao culto a Oxum, é um Orixá de extremo bom gosto. Seus objetos devem permanecer junto aos assentos de Oxum e sempre quando agradado deve-se agradar sua mãe. Tem predileção ao dourado. É um Orixá muito vaidoso - considerado o mais elegante de todos. Herdou o dom da caça de seu pai Erinlé, por isso é da família dos Odé e seu símbolo podem ser o ofá, a lança de caça e o oguê (chifre – símbolo ancestral do poder). Erinlé é a representação do desenvolvimento do homem, conhece os segredos da caça, também símbolo de prosperidade e formação de comunidades. Ele busca o alimento com coragem e é considerado o guerreiro das matas, é corajoso, viril e Logunedé tem estas características, é também um príncipe guerreiro. Ademais, após ser abandonado por Oxum que foi com Xangô, Logun vai viver com Ogum, aprende com ele as artes da guerra e da metalurgia. Foi Iansã quem o criou e o salvou do feitiço de Oxum que o transformou um cavalo marinho – sem perceber que ele era o seu filho. É coroado por Iansã como o príncipe dos Orixás. É amigo íntimo de Yewá. Foi companheiro em grandes jornadas com Exu. Aprendeu o uso das folhas com Ossaim. Conviveu com Oxalá, com Iemanjá, enfim, ele é realmente o jovem príncipe guerreiro, caçador, feiticeiro dos orixás. O equilíbrio entre o masculino e o feminino entre o humano e o divino. Ele é Òlógunèdé. O senhor do encanto!! Ele representa a criança que está guardada em nossa essência e é através dessa essência, que enxergamos o mundo de uma outra maneira e com muito mais amor. Se existisse esse essência no coração de todos os seres humanos, certamente não existiria guerras, misérias, preconceitos e maldades no universo. Eu acredito que um dia ainda o nosso príncipe tocara os corações mais brutos e maldosos, e o mundo será um lugar repleto de amor e paz.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Osun Opara

Entre todas as qualidades de Oxum, Opará é a mais guerreira, companheira de Ogun, aparece muitas vezes ao lado de Xangô. É um orixá de grandes particularidades, afinal ela une dois elementos: a água e o vento, o que explica sua ligação tão forte com Oyá, os antigos dizem que “Onde mora Opará mora Oyá, Opará não come sem Oyá”. Carrega Abebé, o espelho e também a Adagá, a espada, que representa sua porção guerreira. Em alguns momentos aparece também guerriando com Ypondá, outra qualidade guerreira, com diz a cantiga: “Kiloxê mi Opara, Kiloxê mi Ypondá Reue, reue reue kiloxê mi Opara” Sua comida é o omolokun com ovos, um pouco mais carregado no dendê, afinal a especiaria a agrada por sua ligação com Ogun, assim também está ligada ao mariwô. Sua cor é dourado e também pode se colocar em suas roupasa a cor rosa. Assim como pencas de metal jogadas em saia, afinal está ligada ao metal. É representada pelas fortes quedas d’água e também na pororoca, com diz a lenda “Onde dois rios se encontram lá está Opará sempre lutando por seu espaço”. Entre muitos mitos que rondam essa qualidade o mais marcante é aquele onde ela se funde com Oyá, após ter a enganado, fazendo com que Oyá visse o seu lado ruim refletido no espelho. Seus mitos vem da região de Osogbô e também Oyó. Suas filhas são autenticas e de personalidade forte, carregam consigo as magoas e tristezas da vida, tem poucos amigos e sempre são ponderadas e justas, onde muitas vezes a sua sinceridade chega a machucar. São vaidosas porém não vivem em pró a seu égo. Tem um lado espiritual muito aflorado para o ocultismo e adoram presentear as pessoas.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Ebô Baba Ebô Orum Álá, Orixá Alá Boriô Ebô. O Milho Branco (agbadô ou ebô) é um grão muito importante para o Povo do Santo. Seu preparo e forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos bem rígidos, que nunca podem deixar de ser considerados pelos seguidores do Candomblé. Todos os Orixás, de Esú à Oxalá e até mesmo os ancestrais, recebem oferenda a base deste grão. Todas as cerimônias, do ebó mais simples aos mais sofisticados, em rituais de iniciação, de passagem, ritos de vida e de morte, em tudo mais que ocorra em uma casa de Candomblé, só acontecem com a presença do Milho Brando (agbadò ou ebô). A pasta branca de milho branco depois de pilado ou moído chama-se (èko), o mingau chama-se (denguê), depois de moído e cozido e envolvida na folha de bananeira verde, chama-se de àkàsà, Os grãos cozidos só na água chama-se egbô, moído e cozido, envolvido em palha de bananeira seca chama-se aberem, Os grãos recheados com cebola, camarão, azeite doce e dendê chama-se Dibô, os grãos inteiros cozidos com coco e açúcar chama-se mukunza. Toda oferenda com milho branco restitui e redistribui o axé, por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-se a comida predileta de todos os Orixás. Nem todas as palavras do mundo são suficientes para decifrar e expressar o valor de uma oferenda a base de milho branco. Basta admitir que os segredos estão nas coisas mais simples, para ver que muitos julgaram insignificantes, a comida extremamente importante do candomblé, banalizando o sagrado e privilegiando a intuição imaginária em detrimento do fundamento. Constituem grandes fundamentos "cristalizados" ao longo de anos e anos de tradição. Fundamento é o segredo compartilhado com o Povo de Santo, o mistério sagrado, o detalhe que faz a diferença e a prova de que ninguém pode enganar o Orixá que existe em cada um de nós. O grande fundamento é que em todos os rituais por menor que seja a presença de alguma comida com milho branco deve estar presente, seja ela em forma de Ebô, Àkàsà, Aberem, Dibô, Denguê, que possibilita a paz, alegria e longevidade. O maior segredo e melhor fundamento do Candomblé é um ritual indispensável a todos nós, constituído do ato de oferecer Milho Branco à cabeça, chamado de Bori ou Ebôri, pois é este ritual que mantem todo Povo de Santo de pé e totalmente equilibrado.

sábado, 26 de abril de 2014

Òrí o Orixa mais importante.

ÒRÍ(Compreendendo Òrí como o Òrìsà mais importante) No nascimento de todo ser humano, o Orí-Ode (cabeça física), é o primeiro membro que surge no mundo e, juntamente com a cabeça física, vem predestinadamente o Òrìsà o mais importante, chamado também de: ÒRÍ/ODÙ, ÒRÍ-INU ou ÒRÍ-ISÈSÈ, considerado como a nossa essência divina, que é mais diretamente ligada a Deus. Assim ÒRÍ-INÙ tem a importante missão de acompanhar um ÒRÍ-ODE (cabeça física), dês do nascimento, por toda a vida e, até após a morte. Com o Òrìsà ÒRÍ, trazemos as nossas impressões que estão gravadas em nosso inconsciente, a nossa origem no universo, a nossa missão neste mundo, as nossas capacidades e incapacidades, ligados ao nosso comportamento e conduta ética. Ligados a ao Òrìsà ÒRÍ está nosso Èlédà, (a mente/essência superior e criadora), como fonte da inteligência para a sobrevivência aqui no Aiyé (Terra). Portanto, de acordo com a força do Òrìsà Òrí em nossa cabeça, geramos toda a nossa força propulsora que nos conduzirá em nossa jornada, não somente para a vida em si como para uma longa-vida, mas também na saúde, equilíbrio mental/emocional, prosperidade, felicidade de casamento, obtenções de filhos (formação de família), ainda amigos, vitórias, honra, consideração, prestígio, também o nosso ofício somente profissional ou espiritual. Assim a pessoa está diretamente ligada ao Òrun (além) através do Òrísà ÒRÍ. Portanto, este Òrìsá especial é o único que conhece o próprio destino da mesma e a forma que nos conduzirá na passagem do mundo físico ao espiritual, até que somos tocados pela força de Ikú (a morte).

Considerando, o Òrísà Òrí = origem do ser = Elédà (mente superior), está ligado ao Òrum, e ao mesmo tempo ligado à Terra (Aiyé), e sua força sobrevive até após a morte para transmutar a morte física para a vida do espírito, e desta forma guardando em sua memória as marcas de sua origem, retornando à grande consciência cósmica (Deus).A cada dia que passa todo estudante de Ifá vai se aprofundando até que fica sabendo que "o pensamento provoca a ação", "a ação provoca a reação", e todos os frutos colhidos serão a resposta de nossa própria conduta, de nosso equilíbrio, tanto espiritual como emocional, e isto é ter um bom Orí, que saudamos como Òríire ou Òrírere. Já para aquelas pessoas com um Mau-Òrí diremos Òrí-Burúkú ou Òrí-Bururu, é aquele de cabeça infeliz, que é considerada uma cabeça fraca/incapacitada. O tipo de Òrí-Buruku é o mais comum, o qual pode vir com vários graus de incapacidades, dês de uma cabeça enfraquecida pelos desgastes da vida, cabeça deprimida, cabeça desiquilibrada, cabeça vulnerável à doenças leves até crônicas, morte prematura, perdas ou dificuldades financeiras, pobreza geral, ataques de feitiços, bruxarias, infertilidade, esterilidade, conquistas de inimizades, sofrimento por desonras, desrespeitos, perseguições, disposição à depressão, infelicidade no amor, tendência à fugas ou graus de pânicos (medos), irritação, desatinos, ócio, preguiça, desânimos, teimosia, arrogância, oposição a tudo e todos, agressividades, violência, insatisfação (oscilações de humos), reatividade, autoritarismo, mania de doenças, medo de perder, me de agir, medo de fazer as boas escolhas, medo de viver, medo de morrer. Em outros piores, desenvolve uma tendência à pratica da mentira gradativa, cleptomania, fofoca, sarcasmo, sadismo, maldição, falsidade, inveja, manipulação, maledicência, inteligência para golpes, trapaças, fraudes, corrupção, psicopatia, tendência à perversidade, crueldades até absurdas, loucuras, promiscuidades, compulsões de vários níveis, avareza, ganância por dinheiro, necessidade de ostentação, vaidade de ego, megalomania, futilidade, estupidez. Enquanto alguns Ori-Buruku podem se manifestar na falta de direcionamento, autoabandono, desleixo, bipolaridade no humor, falta de responsabilidade, incompatibilidades, precipitação, exageros, má administração, marasmos, vulnerável à perturbações de espíritos ou de pessoas egoístas, maliciosas e interesseiras. Em alguns outros Ori-buruku pode se manifestar a improdutividade de forma geral, vários tipos de incapacidades. Ou seja, um Ori-Buruku é sempre uma cabeça infeliz, de alguma forma evidente, sofrendo agressões ou agindo como agressor. Seja como for, a pessoa de Ori-Buruku já estar se desalinhando ou já está completamente desalinhada da sua fonte divina (Deus). Portanto, toda pessoa necessita manter o seu alinhamento com Deus. Há algumas pessoas necessitam de um realinhamento ou até uma transformação mais elaborada do Ori-Buruku em Orire.Portanto, unicamente através de ÒRÌ, Olódùnmarè, nosso Deus maior nos deu a possibilidade de atingir a perfeição, deixando conosco a sabedoria transcendente, a qual somente poderá ser compreendida com um bom Òrí, assim diz o Oríkì (exaltação), "Nada se faz sem um bom Orí," nem mesmo nosso corpo tem comando, nada caminha, nada evolui, nada prospera, não se tem alegrias, não se tem equilíbrio emocional/mental, não se tem amor, não se tem produtividade, não se tem fertilidade, não tem saúde, não se tem longa vida. Mas, é somente através de Ifá (opele ou Ikin), que soma a sabedoria suprema e se ativa a capacidade de um ÒRÍ. Ifá como sabedoria divina, a cosmogenia e a cosmologia, a vida e a morte, o nascimento da natureza, a visão total do mundo e da existência estabelecendo normas éticas que irão comandar as sociedades e os homens, e assim determinando uma conduta nobre diante de todas as forças que se formam contra o bem da humanidade, a força que conduz a sustentação do planeta vivo. Neste processo tão poderoso, aquele que executa o Ibóshumori (processo de assentamento do Igba-Eleda-Ori) estará agregando a si uma permissão para obtenção de um poder muito maior perante Olódùnmarè, Deus. Mas só Ifá traduz a individualidade de cada pessoa, Òrí-Ode e Òrí-Inu.

Agora, se tratando exclusivamente de Ifá, nem todas as pessoas estão habilitadas a carregarem em seu Òrí, a força de Orunmila que liga o ser humano com o sagrado. Seus sacerdotes, apoiados nos conhecimentos milenares, carregados por uma cultura de tradições que envolvem: botânica medicinal, mineralogia, zoologia, geologia, biologia, física, química, geometria, astronomia, astrofísica, filosofia, literatura, simbologia, iconografia, sociologia, ética moral, ciências humanas, sexologia, antropologia etc. Então, baseados em todas essas ciências, só um Babalawo legitimo consegue unir os elementos da natureza à energia vital de cada indivíduo procurando o equilíbrio entre as forças espirituais e materiais de cada um, esta união da ciência com o mundo espiritual precisa de mentes profundamente sãs.Èsé de Òrí no Odù IretefunIretéfun aquele que imprime o Efun nas costas de crocodilo. Ifá foi consultado para os 401e Irunmolé, quando eles iam para o Apere (o estado de perfeição) Aquele que marca o Efun nas costas de crocodilo. Ifa foi lançado para o Orisa Òrí, quando ele também estava indo para o Apere.Todos foram avisados, por Ifá, para oferecer sacrifício à sua cabeça, mas apenas o Orisa-Òrí ouviu o conselho de Ifá e executou o seu sacrifício O sacrifício de Ori foi eficazmente recompensador, Então ORI se tornou o mais importante Orishá entre todos os outros Orishá’s (divindades) Desde então, é, só Ori que atinge o Apere, o estado de perfeição.Qualquer outra divindade só pode dá um suporte à uma pessoa “apenas com o consentimento do próprio Ori”. Então ORI é superior a todas as Divindades. Ori é superior a todos os outros Irunmalé (orisa divinos).Nenhum outro Orisa fala mais alto que o Orisa-Òrì, Òrí é o unico Orisa que dá a consciencia e com tratamentos é o unico que conduz as pessoas ao estado de perfeição durante a vida.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Ejé (sangue)

O SIGNIFICADO DO SANGUE - A FORÇA SAGRADA O conteúdo mais precioso do terreiro é o AXÉ. É a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o devir. Sem axé a existência estaria paralisada, desprovida de toda a possibilidade de realização. É o princípio que torna possível o processo vital. (Juana elbein dos santos) SACRIFÍCIOS Sacrifício não é sinônimo de assassinato, relacionado que está a rituais sagrados, visando, no Candomblé e RELIGIÕES AFRICANAS TRADICIONAIS, ampliar acumular e distribuir a força vital e sagrada que é o Axé. Boa parte das religiões utilizava sacrifícios, em seus rituais, mas na maioria das vezes como um sentido expiatório, não se aplicando essa nação ao Candomblé por um motivo aparentemente simples: no Candomblé, não existe pecado, portanto não há o que expiar. Entre os cristãos, por exemplo, a extinção do sacrifício (em termos reais), justifica-se pela morte de Jesus, o Cristo, que teria morrido para salvar a humanidade no mais importante sacrifício que o mundo assistiu. Ocorre que Jesus morreu pelos Cristãos, e não pelo Candomblé ou por RELIGIÕES AFRICANAS TRADICIONAIS, e isso significa, na realidade, que os ritos processados em outra doutrina religiosa não fazem nenhum sentido para nós da religião dos orixás; da mesma forma que os rituais de candomblé fogem a compreensão da igreja católica. (inclusive vemos no livro Cristão, quando Jesus é apresentado ao templo Lucas 2;21, cumpridos os oito dias para circuncisar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo que lhe fora posto antes de ser concebido. Quando se completaram os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na lei do Senhor. Todo primogênito será consagrado ao Senhor, e para dar a oferta segundo o que está disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos.) Em outras palavras o Candomblé e as RELIGIÕES AFRICANAS TRADICIONAIS só se explicam pelo Candomblé, não adiantando recorrer a bíblia para explicar e muito menos condenar as práticas da religião dos Orixás. O sangue é de importância vital para os Orixás, pois esta ligado à concepção, à fertilidade, ao nascimento e a todas as etapas da vida. Sem sangue não há Axé, ninguém nasce sem sangue. Quando deixar de haver sacrifícios, o Candomblé deixará de existir. NO DIA EM QUE UM HOMEM ENGOLIR UMA GALINHA INTEIRA, VIVA, SEM TIRAR AS PENAS, O SANGUE, AS VÍSCERAS; NO DIA EM QUE UM PARTO NÃO SANGRAR E A ÁGUA NÃO VERTER SOBRE A TERRA, NESTE DIA EU DEIXO DE CORTAR PARA O ORIXÁ ! Não se derramam o sangue do animal por maldade ou crueldade e muitos menos para fazer mal a alguém. O sacrifício é a condição para que a vida continue, e não apenas na RELIGIÃO DOS ORISAS (INKISES E VODUNS). Todos se alimentam, seja de carne seja de vegetal, e um boi pode ser comido em bifes, ou seja, em apartes e depois de morto. UMA ALFACE, AO SER DESCONECTADA DE SUA RAIZ, TAMBÉM É MORTA. Por que não se pode atribuir um significado religioso a um ato essencial para a sobrevivência humana? Será mesmo que a condenação do Candomblé se deve ao sacrifício? CLARO QUE NÃO. Não seria uma forma da sociedade CAMUFLAR preconceitos mais profundos? COM CERTEZA... O ritual macabro não está nas RELIGIÕES AFRO DESCENDENTES, e sim nos matadouros, onde os animais são submetidos a inúmeras crueldades e morrem com muito sofrimento. Imaginem um animal ainda vivo tendo a sua pele arrancada: isso é um exemplo do ocorre nos matadouros. É por isso que a carne que será consumida pelos iniciados deve ser sacralizada por meios de rituais específicos, a carne de um animal que morreu com o sofrimento não faz bem a ninguém. Os Judeus e Muçulmanos, por exemplo, só comem carnes de animais abatidos de acordo com seus preceitos. POR QUE A RELIGIÃO DOS ORISAS NÃO PODE FAZER O MESMO? É um absurdo acusar A RELIGIÃO DOS ORISAS de fazer sacrifícios humanos, como têm feito certas igrejas. O Candomblé e A RELIGIÃO DOS ORISAS não é uma religião hipócrita e assume o que faz. São sacrificados, sim, bois, bodes galinhas, patos e muitos outros animais, que depois servem de alimentos à comunidade, mas nunca seres humanos, pois o Orixá vive no Homem e através do Homem. Todo homem sacrifica não necessariamente num sentido religioso, e mata para sobreviver. QUE MAL PODE HAVER EM OFERECER AOS DEUSES AS PARTES QUE O HOMEM NÃO CONSOME? Lembrem-se de que Jesus foi condenado à morte por pessoas que viriam a santificá-lo depois, fazendo o sinal-da-cruz, adorando a sua imagem ensangüentada. Pois que fique bem claro: não somos contra o homem Jesus, mas contra os homens que mataram Jesus. NÓS NÃO MATAMOS NOSSOS ORIXÁS, NÓS OS AMAMOS COM TODOS OS SEUS DEFEITOS E QUALIDADES! Para o Candomblé e A RELIGIÃO DOS ORISAS tudo que a natureza produz é sangue, pois o que define o sangue é a força que detém, ou seja, o Axé, e um sacrifício, requer a utilização de vários rios tipos de sangue, vindos das mais variadas fontes da natureza, atribuindo vida e sentido ao Orixá, aos homens e à própria existência. Todos os elementos são portadores de axé e combinados reforçam, ampliam e restabelecem a relação entre os homens e os Orixás. O Axé é uma força vital que pode ser acumulada, aumentada, e o sacrifício, com a utilização das mais variadas fontes de Axé, provenientes da natureza, é que fortalece o poder dos Orixás e dos Candomblés e das RELIGIÕES AFRICANAS TRADICIONAIS!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Camisetas Orixas

"PREZADOS NO MOMENTO NÃO ESTOU MAIS COMERCIALIZANDO AS CAMISETAS, QUEM SABE FUTURAMENTE VOLTAREI!" babaajagunan@hotmail.com

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Dia em Que Òsóòsì, Aplacou a Grande Mãe Ancestral, Ìyàmì Àgbá

Aqui nesse espaço, já tivemos a oportunidade de discorrer diversas histórias relacionadas aos nossos Deuses, os Òrìsàs. Hoje vamos escrever uma das histórias daquele que é considerado o grande Patrono da Nação de Kétu, o grande caçador Òsóòsì. Uma antiga história yorùbá, conta que Oduduwa, o grande rei da dinastia Nàgó, celebrava anualmente a "Festa do Inhame Novo", agradecendo a fartura das colheitas realizadas a cada ciclo. Nessa época, somente após a realização dessa grandiosa festa, é que era permitido o consumo daquilo que a terra oferecia ao povo. Fazendo um paralelo, essa festa é como o Pilão de Òsógiyán, que anualmente realizamos nos Terreiros. Em uma dessas festas, o grande Rei Oduduwa, estava feliz e cercado por suas esposas. Todos os reis das cidades próximas a Ifé, chegavam e saudavam Oduduwa. No entanto, Ìyàmì, a grande mãe ancestral, descontente com aquele festejo, encaminhou à Ifé, um pássaro gigantesco, para amedrontar todos que se reuniam para comemorar a colheita dos inhames novos. Quando aquele pássaro assustador começou a voar sobre Ifé, as pessoas entraram em pânico e começaram a correr amedrontadas. Oduduwa, por sua vez, mandou que trouxessem os melhores e maiores caçadores, para abater aquele pássaro que estava acabando com a sua festa. Desse modo, da cidade de Ido, chegou Osotogun, o caçador de 80 flechas. Mesmo com todas as suas flechas ele não conseguiu atingir o pássaro encaminhado por Ìyàmì, acabando por falecer diante de todos. O mesmo aconteceu com o caçador de 40 flechas (Osotogi), que veio da cidade de More e com Osotadota, o caçador de 50 flechas, oriundo da cidade de Ilare. A medida que os caçadores morriam, a população ficava cada vez mais apavorada. Por fim, Oduduwa mandou que chamasse de Irema, Osotokansoso, o caçador de uma única flecha. Ao saber que Osotokansoso estava à caminho de Ifé para caçar o pássaro que já havia matado três importantes caçadores, Ìyá Wunbanbá foi rapidamente consultar Ifá, para saber como seu filho poderia ter sucesso nessa empreitada. Por meio do oráculo sagrado, Ifá disse que Osotokansoso estava caminhando para a morte, mas que, se a oferenda correta fosse realizada imediatamente, ele teria sucesso e seria reconhecido pelo povo pelo seu feito. Assim sendo, Ìyá Wunbanbá realizou a oferenda de uma Adiye, abrindo-lhe o peito e evocando as seguintes palavras: "Que o Peito dessa Adiye recebe essa oferenda". Nesse exato momento, Osotokansoso estava mirando sua flecha em direção ao poderoso pássaro. Contudo, Ìyàmì que comandava as forças do pássaro se distraiu para receber a oferenda feita por Ìyá Wunbanbá e, o caçador de uma única flecha, conseguiu aplacar aquele pássaro que aterrorizava Ifé, sendo aclamado por todos e por Oduduwa. Aquele que até então era desconhecido pela grande maioria, passou a ser popular, sendo chamado de Osowusi.