sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Camisetas Orixas

"PREZADOS NO MOMENTO NÃO ESTOU MAIS COMERCIALIZANDO AS CAMISETAS, QUEM SABE FUTURAMENTE VOLTAREI!" babaajagunan@hotmail.com

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Dia em Que Òsóòsì, Aplacou a Grande Mãe Ancestral, Ìyàmì Àgbá

Aqui nesse espaço, já tivemos a oportunidade de discorrer diversas histórias relacionadas aos nossos Deuses, os Òrìsàs. Hoje vamos escrever uma das histórias daquele que é considerado o grande Patrono da Nação de Kétu, o grande caçador Òsóòsì. Uma antiga história yorùbá, conta que Oduduwa, o grande rei da dinastia Nàgó, celebrava anualmente a "Festa do Inhame Novo", agradecendo a fartura das colheitas realizadas a cada ciclo. Nessa época, somente após a realização dessa grandiosa festa, é que era permitido o consumo daquilo que a terra oferecia ao povo. Fazendo um paralelo, essa festa é como o Pilão de Òsógiyán, que anualmente realizamos nos Terreiros. Em uma dessas festas, o grande Rei Oduduwa, estava feliz e cercado por suas esposas. Todos os reis das cidades próximas a Ifé, chegavam e saudavam Oduduwa. No entanto, Ìyàmì, a grande mãe ancestral, descontente com aquele festejo, encaminhou à Ifé, um pássaro gigantesco, para amedrontar todos que se reuniam para comemorar a colheita dos inhames novos. Quando aquele pássaro assustador começou a voar sobre Ifé, as pessoas entraram em pânico e começaram a correr amedrontadas. Oduduwa, por sua vez, mandou que trouxessem os melhores e maiores caçadores, para abater aquele pássaro que estava acabando com a sua festa. Desse modo, da cidade de Ido, chegou Osotogun, o caçador de 80 flechas. Mesmo com todas as suas flechas ele não conseguiu atingir o pássaro encaminhado por Ìyàmì, acabando por falecer diante de todos. O mesmo aconteceu com o caçador de 40 flechas (Osotogi), que veio da cidade de More e com Osotadota, o caçador de 50 flechas, oriundo da cidade de Ilare. A medida que os caçadores morriam, a população ficava cada vez mais apavorada. Por fim, Oduduwa mandou que chamasse de Irema, Osotokansoso, o caçador de uma única flecha. Ao saber que Osotokansoso estava à caminho de Ifé para caçar o pássaro que já havia matado três importantes caçadores, Ìyá Wunbanbá foi rapidamente consultar Ifá, para saber como seu filho poderia ter sucesso nessa empreitada. Por meio do oráculo sagrado, Ifá disse que Osotokansoso estava caminhando para a morte, mas que, se a oferenda correta fosse realizada imediatamente, ele teria sucesso e seria reconhecido pelo povo pelo seu feito. Assim sendo, Ìyá Wunbanbá realizou a oferenda de uma Adiye, abrindo-lhe o peito e evocando as seguintes palavras: "Que o Peito dessa Adiye recebe essa oferenda". Nesse exato momento, Osotokansoso estava mirando sua flecha em direção ao poderoso pássaro. Contudo, Ìyàmì que comandava as forças do pássaro se distraiu para receber a oferenda feita por Ìyá Wunbanbá e, o caçador de uma única flecha, conseguiu aplacar aquele pássaro que aterrorizava Ifé, sendo aclamado por todos e por Oduduwa. Aquele que até então era desconhecido pela grande maioria, passou a ser popular, sendo chamado de Osowusi.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Oxaguian (Ajagunan)

Ogyan...
Há uma relaçao muito íntima, sem dúvida entre Ogun e Ogyan, tanto que muitos devotos e até mesmo sacerdotes o confundem com uma “qualidade branca” de Ogun... somente o desconhecimento para levar a esta proposiçao, haja visto que ogrande Ogun é um ébora, enquanto Ogyan é um Irunmonlè!...
Ogyan divide com Ogun algumas regências, como a guerra, o espírito de luta e o progresso cultural e tecnológico. No entanto são dois Orixàs absolutamente distintos, ainda que companheiros.
Ogyan é em si o Orixà da Vida, do Dia, do Masculino, da Guerra e do Progresso! Enquanto Ogun, primordialmente, era o Orixà da caça. Que deixou para seu irmão mais novo Oxóssi, enquanto foi se ocupar de “ganhar o mundo”. Com a ajuda de Ifà descobriu o FERRO e como manipulá-lo, era este o material que “ganharia o Mundo”, assim o metal seria o elemento mais necessário e mais respeitado neste plano de matéria, sempre rivalizando com o fogo sua hegemonia (donde se tira sua eterna rivalidade e contenda com seu irmao Xangô, o fogo). Quando descobriu o FERRO todos os Orixàs invejaram a descoberta de Ogun. No entanto, nem o próprio Ogun sabia exatamente o valor de tal descoberta. Foi sua parceria com Ogyan que o fez descobrir até em que extremo ele saberia explorar todo o valor desta descoberta. Pois Ogyan o estrategista efervescente, colocou Ogun para confeccionar todos os instrumentos que inventava! E assim Ogun e Ogyan produziram todos os instrumentos de labor, de cultivo, construçao e tb de guerra!! Sendo assim Ogun, o Orixà do Ferro, se tornou tb um dos patronos da construçao, do progresso, do trabalho, da agricultura e da guerra! Ainda se pode ver, em suas danças míticas, Ogun fazendo uso dos instrumentos que confeccionou, ao mesmo tempo que se pode ver, nas danças míticas, Ogyan apresentando cada instrumento criado por seu inventivo intelecto: A espada, a Lança, o Escudo, o pilão!...
Assim sendo, Ogyan é o Orixà da Guerra, enquanto Ogun é um de seus patronos e um grande general de batalha! . . São grandes Orixàs!! Ogyan é o inventor e Ogun seu artesão! Ambos espírito e técnica são invencíveis!!
Ogyan é nascido do Odù Eji-Ogè, do primeiro alento de vida de Olorùn (Deus), com ele véio o dia primordial e consigo a vida! À ele Olorùn confiou a vida, o dia e a criação! Que não pôde realizar só, senão com a ajuda de sua irmã Odudua, nascida logo a seguir pelo Odù Oyekù e o surgimento da sombra emergida do brilho do dia e da vida, trazendo consigo a noite, o feminino, a morte. Ambos terminaram sob as ordens de Olorùn a Criação dos 9 mundos e do Aiyé (o mundo manifesto) e todos os seus habitantes, tendo como dinamizador desta relação o terceiro Orixà mais velho: Exù (esfera), aquele que faz girar o Axé destes dois princípios e que assim cria os caminhos possíveis para a realização do plano divino.
Eis o Senhor do Dia, o Orixà do progresso e da cultura, o Orixà da vida e também da efervescência da vida, da discussao, da guerra e do avanço, da estratégia, da inteligência, do branco, do claro, do positivo e do masculino!!
Ajagunan!! Brinda o Universo com vida, com energia, com o lúdico e com a guerra e a cultura. Traz o Dia, traz o tempo, traz a evoluçao e o ritmo!
É um Orixà de estratégia, deixando o campo de batalha para seu companheiro Ogun, que se compraze com a violência do campo de batalha. Sendo assim Ogyan é o general e Ogun seu direto imediato! A Ogyan cabe os respeitos e a honra! Tanto que além da saudação digna aos Oxalàs: “Exe ê!” e “Epa Babà”, também exige o “Kabiesyi!” digno dos Reis!!
Ogyan , também porta o Irukeré (rabo de cavalo branco) símbolo de sua realeza! E também a vareta de amoreira... demonstrando que possui também uma forte ligaçao e regència sobre os mortos... Ogyan, o Orixà da vida por excelência, também é o Orixà da vida após a vida! Sendo assim rege os mortos e sua lembrança viva...
Na natureza encontramos Ogyan no camaleão, nos primeiros raios do Dia, assim como no dia todo. Também encontramos seu axé em tudo o que é branco e puro, assim como também nas águas, sobretudo nos gêisers, fontes de águas termais e quentes! Pois ele é a água e o fogo do início dos tempos, a água vulcânica que presenciou a criação do mundo e criou a atmosfera, o ar, que gerou a vida neste planeta!!
Ogyan é tanto o Orixà da vida que é muito comum ser um Orixà favorito dos sacerdotes anciãos, pois ele é sempre o prenúncio de mais vida! Onde entra um omorixá de Ogyan, a vida se renova, o tempo de vida se prolonga, as atividades retomam força, os objetivos se redefinem ou se discernem melhor os ideais. Há um reavivamento em tudo!! E também o famoso lorogùm... aquele que limpa e define as coisas... o brilho afiado de Ogyan que define tudo, que exalta os ânimos, os vícios e as virtudes, que traz à tona à verdade, e os contrastes, colocando tudo em seu devido lugar. Nada mais se paira à sombra, o dia chegou! É o brilho do dia, que com seu esplendor força os contrastres ao extremos clareando e definindo tudo! É a visão e a verdade! Nenhuma dissimulaçao ou meia-verdade resiste ao vigor de seu brilho que define as naturezas e traz à tona as verdades.
Seu elemento: Ar e Água
Seu temperamento: Quente
Sua regência: Vida, criatividade, estratégia, a guerra, as invenções, a inteligência, o debate, o brilho, o dia!
Saudemos então o grande senhor da vida!
Salve o grande guerreiro branco que desconhece à derrota!
Saudemos ao amanhecer do dia, quando surgirem os primeiros raios de vida e de luz!!
“Exeu ê! Epa Babà!! Kabiesy Ogyan!!”

AJALÁ É O OLEIRO PRIMORDIAL

AJALÁ É O OLEIRO PRIMORDIAL

Diz um dos mitos que Ajalá foi incumbido de moldar as cabeças dos homens com a lama do fundo dos rios e outros elementos da natureza. Ele moldava as cabeças e as punha para assar em seu forno. Ajalá tinha, contudo, o hábito de embriagar-se enquanto cozia o barro e criou muitas cabeças defeituosas, queimando algumas e deixando outras com o barro cru. A causa dos problemas que muitas pessoas apresentam antes de serem iniciadas viria exatamente de um ori cru, ou queimado, ou mal proporcionado feito durante alguma bebedeira de Ajalá. Como os orixás não gostam de cabeças ruins, a pessoa ficaria desprotegida, sem a energia do orixá. Depois que Ajalá terminava de fazer os oris (cabeças) Obatalá soprava nelas e lhes dava eni, a vida.

Ajalá é o oleiro primordial. A parte de Oxalá responsável pela criação física dos homens, por seu corpo, sua cabeça (onde vive Ori). Ele representa o aspecto mais orgânico do ser humano; o tipo de barro, de maior ou menor qualidade, mais ou menos cozido (o que implica maior ou menor número de problemas), mais claro ou escuro. Ajalá mistura ao barro folhas, frutas, minérios, sangues e uma série de materiais que determinam como será aquela pessoa, como Ori poderá agir nela. Estes ingredientes, com o tempo perdem o axé (energia) e precisam ser, de vez em quando, repostos, o que é feito nos rituais de candomblé, entre eles a iniciação.

Os mais antigos souberam que Ajalá é o Òrìsá Funfun responsável pela criação de Ori. Dessa forma, ensinaram–nos que Osàálá sempre deve ser evocado na cerimônia de bori. Yemoja é a mãe da individualidade e por essa razão está diretamente relacionada a Ori, sendo imprescindível a sua participação no ritual.

Da fusão da palavra bó, que em yoruba significa oferenda, com ori, que quer dizer cabeça, surge o termo bori, que literalmente traduzido significa “Oferenda à Cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode–se afirmar que o bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu bori é (Lesè Òrìsà).

É o ORI INU que gerencia a cabeça física do homem. É o Òrìsá mais importante do ser humano, pois ele é ÚNICO, cada pessoa tem o seu. É Ele quem conhece e está ligado ao destino de cada indivíduo, conhece e sabe das suas restrições, das suas fragilidades , das suas potencialidades. É no ORI que se encontra a ferramenta para a solução dos nossos problemas… ORI RERE = ORI de sorte = Cabeça de sorte, cabeça iluminada ORI BURUKU = ORI sem sorte = Cabeça sem sorte, confusa, insegura, ruim ORI INU = "Cabeça Interna"

O local mais apropriado para realização deste ritual é a casa de santo. Este deve ter bom senso quanto a necessidade de recolhimento. Se o Bori for acompanhado de Eje, é recomendável o recolhimento como meio de repouso e proteção, pois o Ori que está sendo venerado não deve receber energia do sol nem do sereno. O recolhimento evita, ainda, que a "sombra daquele que passou pelo bori seja pisada."

É o BORI que diminui a ansiedade, o medo, a dor e a tristeza, trazendo a esperança, alegria e a harmonia. Desta forma, o BORI é uma das oferendas mais importantes que visa o bem estar individual no Candomblé. O BORI é o ritual que harmoniza o ORI, dando assim a possibilidade de transformar um " ORI BURUKU" em "ORI RERE".

O Ritual de Bori independe de qualquer processo iniciático e independe do culto aos outros Orisás.(variando assim de casa para casa, mas, sem fugir da finalidade em si). Seu objetivo é o de alimentar o Ori, seja qual for o sexo, raça, profissão, idade, nível social da pessoa. O Ritual de Bori é muito sério, complexo e profundo. Por isso, o Sacerdote deve ter grande conhecimento e respeito em relação à questão do Ori e da evolução humana. Ori é o Orisá mais importante na vida de um homem, uma vez que, sem ele, o homem simplesmente não existiria.

Com este ritual busca-se o equilíbrio através da ação do Ori, condutor do destino pessoal. Muitas vezes se realiza um ritual de Bori com o objetivo de afastar o mal do caminho da pessoa, o que não significa que, retirada esta ameaça nenhum outro mal possa ocorrer. Assim sendo, o Ritual de Bori não tem "prazo de validade", não tem freqüência determinada (anual, semestral, mensal, etc.), devendo ser repetido sempre que se mostre necessário. Ori significa, literalmente, cabeça e é, misticamente, o primeiro Orisá a ser cultuado. É ele o portador do destino humano.

Deve conhecer a finalidade e o significado de cada material que usa. Omi, Obi e Orogbò, por exemplo, são elementos indispensáveis no BORI. Omi, a água, representa paz, abundância e fertilidade, enquanto o Obi e o Orogbò é usado para aplacar a fúria das adversidades, alimentar e agradar às divindades.

Cada um, como ensina Orùnmilá – Ifá, deve ser grande em seu próprio caminho, pois, embora se escolha o Ori antes de nascer na Terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida. A própria cabeça é síntese de caminhos entrecruzados. A individualidade e a iniciação (que são únicas e acabem, muitas vezes, se configurando como sinônimos) começam no ori, que ao mesmo tempo aponta para as seguintes direções:

OBI ORI - A TESTA
OBI OKAN - O CORAÇÃO
OPA OTUM - MÃO DIREITA
OPA OSSI - MÃO ESQUERDA
ESE OTUM - PÉ DIREITO
ESE OSSI - PÉ ESQUERDO.

Da mesma forma, a Terra também é dividida em quatro pontos: norte, sul, leste e oeste; o centro é a referencia, logo toda pessoa deve se colocar como o centro do mundo, tendo à sua volta os pontos cardeais: os caminhos a escolher e seguir. A cabeça é uma síntese do mundo, com todas as possibilidades e contradições.

Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a todas as pessoas: paz, tranqüilidade, saúde, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade, mas cabe ao Ori de cada um eleger prioridades e, uma vez cultuado como se deve, proporcioná-las aos seus filhos.

O peixe representa às potencialidades, pois a imensidão do oceano é a sua casa e a liberdade, o seu próprio caminho. As comidas brancas, principalmente os grãos, evocam fertilidade e fartura. Flores, que aguardam a germinação, e frutas, a germinação, simbolizam fartura e riqueza. O pombo branco é o maior símbolo do poder criador, portanto não pode faltar. A noz cola, isto é, o obi é sempre o primeiro alimento oferecido a ori; é a boa semente que se planta e espera-se que dê bons frutos.

O bori prepara a cabeça para que o Òrìsá possa manifestar–se plenamente. Há um provérbio nagô que diz: Ori buruku kósi Òrìsá (A cabeça ruim não tem orixá. É o bori que torna a cabeça boa. Entre as oferendas que são feitas ao ori algumas merecem menção especial. É o caso da galinha d’angola, chamada nos Candomblés de etú ou konkém, que é o maior símbolo de individuação e representa a própria iniciação. A etú é adosú, ou seja, é feita nos mistérios do òrìsá. Ela já nasce com osù, por isso relaciona–se com começo e fim, com a vida e a morte, e por isso está no bori e no asèsè. A cabeça é uma síntese do mundo, com todas as possibilidades e contradições.

Quando estamos em harmonia com ele, superamos os obstáculos mais facilmente e assim, certamente conectados à positividade interna e à dinâmica perfeita da natureza, encontramos a vitória e o sucesso na concretização dos nossos objetivos pessoais. O Sacerdote deve saber que durante este ritual a pessoa somente poderá entrar em transe no momento que seu Orisá for louvado.

CONTRA EGUN

CONTRA EGUN

Dentro de todos os rituais do candomblé ele está presente e sua importância é imensa nos preceitos. Mas, o que é contra egum?
É um utilitário trançado a partir da palha da costa.

Segundo os mais antigos, ele pertence a Obaluayê e serve para afastar espíritos desencarnados da pessoa que está passando pela obrigação. É de grande significado, pois com suas rezas e posteriormente com sua imantação através de determinados banhos, ele não permite de forma alguma que espíritos de mortos se aproximem de quem os está usando.

Devemos utilizar os contra eguns mesmo depois de nossos preceitos cumpridos e, sempre que formos a algum lugar infestados de energias negativas (Ex: Cemitérios, hospitais, presídios, ou qualquer lugar que vc sinta a necessidade.)

Algumas pessoas alegam que contra egum pode ser utilizado nos braços, nas pernas ou na cintura, mas isso é um erro. O contra egum somente é utilizado nos braços, o que se usa nas pernas tem outro nome, assim como o que se usa na cintura.

Nas pernas usamos o OPACHORÔ que também pertence a Obaluayê e nesse utiliza-se um guizo preso, pois seu barulho espanta os eguns. Já na cintura usa-se o cordão umbilical (umbigueira) que representa a ligação direta do iniciado com seu Orixá.

É importante lembrarmos que ao usarmos os contra eguns nem mesmo Caboclos, Pretos Velhos ou outra entidade qualquer se aproxima de nós, muito menos se incorporam, pois apesar de serem espíritos iluminados, tbm são eguns.

Egun é o nome dado à todo espirito que passou pela carne, sendo iluminado ou não. Mas na minha concepção, é claro que o ato de se usar "contregun" é extremamente eficiente e direcionado para espíritos nefastos, com um gráu espiritual igual ou abaixo do nosso. Pois eu não creio que o contregum por mais imantado e rezado que seja impediria qualquer espírito de gráu elevado a incorporar em um médium e fazer o bem caso haja uma forte necessidade.

Ikú (Morte)


IKÚ É UM ÒRISÁ

Ikú, a Morte é um Orixá, designado por Olodumare para uma função derradeira. Existem e são raríssimas, pessoas de Ikú que, evidentemente, não são iniciadas, cumprem normalmente seu destino e tem funções específicas num Ilê Axé.

Oyekú Mejí é primeiro caminho à terra, quando o Odú Oyekú Mejí chegou à Terra, a morte ainda não existia. Orixá Ikú (morte) nasce nesse caminho para cumprir sua função na Terra, Opirá. (FIM).

Oyekú Meji representa essencialmente a Morte, a profunda escuridão, representa também o lado esquerdo, o este e o princípio feminino.

Ikú vem buscar a pessoa no dia derradeiro e esteja nas condições que estiver, para levá-la de volta ao interior da terra, ao ventre de Nanã.

Ikú cumpre rigorosamente sua função e somente aqueles que conhecem os omo-odús de Oyekú Mejí, poderá conversar com a morte, e por um breve tempo. Somente através do Imolê Exú e num determinado Odú é e que se faz oferendas a Ikú, estabelecendo pactos e acordos com Ikú para adiar e afastar a morte, aliado aos bons ebós.

Pai Agenor dizia que: a troca pela vida, através de oferendas, é o ponto central do culto aos Orixás, a vida, nada mais é, que a mais valiosa de todas as trocas e também a mais cara.

As trocas não são eternas, chegará o dia que Ikú terá que cumprir sua função e ainda exigirá oferendas, para garantir que só levará apenas um. Há casos famosos de zeladores que depois de mortos, Ikú voltou algumas vezes para cobrar sua oferenda e não encontrando levava seus filhos, acabando muitas vezes, com a casa de candomblé.


Ikú era um jovem guerreiro, forte e muito bonito. Sua beleza era tamanha que impressionava tanto às mulheres quantos aos homens.
As mulheres encantavam-se tanto com sua bela figura que onde quer que o vessem, acompanhavam-no, só para poderem continuar admirando aquela criatura tão encantadora. Não podia desviar os olhos dele.
Os homens, embora tentassem disfarçar ou não querem admitir que estavam encantados com a beleza de Ikú, também acabavam seguindo-o.

Alguns do tipo machão, diziam que seguiam- no somente por curiosidade de saber quem era e onde morava.

Só que Ikú morava a no Igbo-ikù (floresta dos mortos ou floresta da morte), de de onde quem quer que fosse até lá e entrasse, jamais sairia; nunca mais era visto, pois fôra para o Igbo-ikú.

E todo o encanto e beleza de Ikú tinham justamente o objetivo de chamar a atenção das pessoas e atraí-las, e que inadvertidamente seguiam-no e penetravam no igbó-ikú, o reino dos mortos, onde, evidentemente, o rei era o próprio Ikú.


Com Ikú não se brinca, quando Ikú chega o nosso Orixá não está mais conosco, sabe que já cumpriu sua função e somente Orí acompanha a pessoa até o fim.
Axé.

Ayrá

Ayra

Normalmente confundido com Xangô (O Xango que veste Branco), no Brasil, na verdade é uma divindade à parte, que não pertence à família de Xangô. Airá é uma divindade da região de Savé muito embora não existam registros de iniciação para ele nessas terras, seu culto está restrito ao seu templo em Savé, Nigéria. No Brasil, sacerdotes desinformados e sem discernimento criam inúmeras lendas a seu respeito, até dizem que ele seria irmão gêmeo de Xangô, o que é verdadeiramente um absurdo.

Segundo as casas de culto ao orixá, este orixá veste-se de branco e tem profundas ligações com Oxalá. Airá não usa coroa, mas um eketé branco. Suas comidas votivas não são temperadas com dendê, nem com sal e sim com banha de ori africana. Comeria quiabos, assim como Xangô e Iroko.

Airá era um Orixá no fundamento de Xangô, Airá era considerado um de seus servos de confiança e segundo uma de suas lendas, Airá, tentou instaurar um atrito entre Oxalá e Xangô, graças a isso Airá deve ser tratado de forma diferente de Xangô e seu assentamento deve ficar na casa de Oxalá. Por essa rivalidade com Xangô, não se deve coloca-los juntos jamais na mesma casa nem podendo Airá ser posto em cima do pilão de duas bocas, pois provoca a ira de Xangô. Sua cor é o branco e seus ornamentos são prateados.

Airá é um Orixá relacionado a família do raio mas pode ser relacionado ao vento, seu nome pode ser traduzido como redemoinho, redemoinho é o fenômeno que mais se assemelha a um furacão em território Africano. Airá então pode ser louvado como a divindade que rege o encontro dos ventos. Em território africano, não existe registro ou relatos de pessoas regidas ou iniciadas para ele, onde ele é cultuado, o culto predominante é o de Nanã e de Obaluaiê, já que Savé é uma região que fica em território Jeje. Pouco se sabe sobre o nascimento ou surgimento de Airá e por esta razão muitos atribuem sua filiação à Iemanjá e a Oraniã, assim como Xangô e Aganjú.

No Brasil, Airá é visto, erroneamente, como uma qualidade de Xangô. Airá seria uma face mais amena e pacífica de Xangô. Hoje, com a falta de conhecimento, muitos zeladores preferem iniciar uma pessoas de Airá do que de Xangô, na realidade está cada vez mais difícil encontrarmos filhos de Xangô, em sua grande maioria, os filhos de Xangô estão sendo iniciados em outros Orixás.

Ao contrário de Xangô, Airá não é um Orixá rei nem possui o carácter, punitivo como Xangô. Este fato, pode ser evidenciado em uma de suas cantigas que diz: “A chuva de Airá apenas limpa e faz barulho como um tambor”.

Airá zela pela paz e pela justiça de forma incondicional, ao contrário de Oxalá que representa a paz, Airá estabelece a paz e possui uma ação mais imediata em suas funções, Airá pode ser qualificado como um sentinela de Oxalá, ou melhor, de Oxalufã é seria ele quem estabelece sua vontade.

A tradição da Fogueira foi criada por associação ao santo Católico São João, pois na África este ato é inexistente.

Em alguns terreiros de candomblé algumas pessoas afirmam que Airá é uma das qualidades de Xangô. Ele costuma ser visto como uma face mais branda e calma do Orixá do fogo.

AYRÀ era um dos servos de confiança de Sango. OSÀLÚFÓN (ÓÒNÍ DE IFÈ ) fez uma visita as terras de Oyo onde Sango (Oba de Oyo) reinava. No caminho de volta Sango se negou a carregar OSÀLÚFÓN até seus domínios como uma forma de submissão a OSÀLÚFÓN, então designou tal missão a Ayrá. Este por sua vez não só ajudou OSÀLÚFÓN como o carregou nas costas até seus domínios. Ayrá tentou tirar partido da situação intrigando OSÀLÚFÓN contra Sango.

Seu assentamento é na gamela oval e não leva pilão.

A fogueira lhe pertence (Segundo tradição brasileira) e é acesa pelo lado esquerdo. Dentro da fogueira coloca-se :

- Um tacho de cobre com 12 quiabos;
- Uma pedra, representando o ODUN ARÀ;
- Frutas.

Ayrá no seu verdadeiro culto não possui qualidades, pois ele é um Orixá único, assim como Logún edé, mas no Brasil costuma-se cultuar Ayrá com algumas qualidades